1 de dezembro de 2010

Família para sempre !

Família, que é isso?!

Hoje em dia, nesta sociedade tão moderna, parece que a família tem perdido um lugar de destaque. Pelo menos, de um modo muito geral. O que antigamente era visto como o grupo de pessoas em que mais podíamos confiar, hoje em dia é apenas um conjunto de pessoas que por acaso têm o mesmo “sangue” que nós.

Atribuo a culpa a uma diversidade de factores. Culpo a televisão, os videojogos, os computadores, mas acima de tudo, a culpa está em nós mesmos! Agora o que importa é a posição social, a ascensão nas carreiras, a quantidade de amigos e bens que possuímos. Os laços inquebráveis de uma família passaram a ser coisas secundárias.

Por um lado, os media apresentam-nos tantos casos de famílias disfuncionais que conseguimos de certa forma valorizar mais a nossa. Lembro-me perfeitamente do caso Joana. Aquela “senhora”, uma criminosa sem escrúpulos, matou a própria filha com a ajuda do tio da criança. Tudo isto porque a criança disse que perdeu uma mísera quantidade de dinheiro, dinheiro que não vale nem um terço da vida dela! A sua sentença, foi ser brutalmente agredida até à morte, e depois esquartejada … Ainda hoje, este caso me deixa completamente chocada, e faz-me pensar o quão desprezível é preciso ser para chegar a esse ponto.

Mas existe sempre uma minoria, em todos os casos. Aqueles cujo único desejo era ter alguém para chamar pai, mãe, irmão. Há sempre alguém que nunca terá direito a algo tão fundamental como fazer parte de uma família. Milhares de crianças neste país estão destinadas a viverem num lar à espera que alguém num acto de bondade os escolha para constituírem uma família. Porque sim, apesar de ser um gesto fantástico, há um processo de escolha do filho ideal, e todos os que não preenchem os requisitos são novamente postos de parte pela sociedade.

Em jeito de conclusão, há uma ideia a reter. Podemos achar que os pais são uma tremenda dor de cabeça, podemos até pensar que já não temos paciência para aturar os nossos avós e restantes membros da família. Mas se todos eles são fundamentais?

Sem dúvida!




Filipa Silveira, Crónica Mensal